Anna,
Como fã assumidíssima de Harry Potter que sou, esperei ansiosamente pelo The Casual Vacancy, o primeiro livro adulto da J. K. Rowling. É também o primeiro livro pós-saga (que, na minha concepção, inclui os três livros de Hogwarts: “Tales of Beedle the Bard”, “Quiddich through the Ages” e “Fantastic Beasts and Where to Find Them”). E quando ele finalmente foi lançado…. eu enrolei horrores pra começar a ler.
E é tão estranho ler J. K. Rowling! É idiota, mas uma parte de você fica esperando mágica. Não há mágica. Há descrição detalhada dos eventos e dos cenários, como em Harry Potter, mas todos os personagens são insuportavelmente trouxas.
Barry Fairbrother morreu aos quarenta e poucos anos. Um aneurisma. Deixou mulher e quatro filhos. Barry era membro do conselho de Pagford, e sua morte abre uma vaga.
“Casual vacancy,” repeated Howard. “What you call it when a council seat becomes vacant through a death. Proper term,” he said pedagogically.
O livro narra a reação das pessoas à morte de Fairbrother e as intrigas políticas decorrentes. Algumas pessoas decidem concorrer à vaga recém-aberta, e a história destes personagens (e de outros, todos ligados a Fairbrother) é contada em paralelo – meio no estilo dos livros da série Game of Thrones, sabe? E aos poucos vamos descobrindo seus segredos (bizarros) e suas tramóias.
Confesso que aos 36% do livro estava pensando seriamente em largar – levei quase três semanas pra chegar até 36%!. Sabe quando a leitura não rende? Pois é. Mas insisti, e em algum momento (42%? 45%?) the plot thickens de uma maneira muito interessante! Terminei-o dois dias depois… e só não terminei antes por conta dos amigos deadlines! 😀
“Gavin Hughes soaped himself under a hot shower and wondered why he had never had the courage of other men, and how they managed to make the right choices among almost infinite alternatives. There was a yearning inside him for a life he had glimpsed but never tasted, yet he was afraid. Choice was dangerous: you had to forgo all other possibilities when you chose.”
Tirando o começo arrastado (que agora até entendo, precisava ser arrastado para podermos entender as motivações de todos os personagens), eu gostei muito do livro. E gostei BASTANTE do final razoavelmente inesperado. Como em Harry Potter, J. K. Rowling soube amarrar as partes soltas e fazer um final que te deixa com uma sensação de missão cumprida. Já espero o próximo! 🙂